"Eu diria que a linha, na maioria das vezes, apenas estimula o vazio"
(Mira Schendel)
A linha é uma necesssidade humana em preencher o que já é cheio.
Uma desconstrução em planos, antiteticamente, constrói um olhar para o novo.
Novo, existência antes despercebida.
Há muita tensão insuflada;
tensão em linhas,
obsessões alineares.
Breve percepção do sentido
Lygia Clark me fez pensar
que nunca me senti feita
de outro material.
Nunca me propus questionar essa composição
essencialmente:
hidrogênio-oxigênio-carbono.
Não me enrolei em filme plástico.
Não me senti retorcida, de metal.
Nunca me vesti de tinta, ou mel, ou flores;
talvez nem mesmo de própria nudez.
Já me grafei letra?
Já me compus música?
Me acabo na sensação
- de que estou muito mais vestida
que preciso.
Já não seria minha pele
paradigma intrasponível suficiente?
Sempre exageradamente envolta
por tecido;
nua em crença.
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