Há tigres em meu quarto,
tigres feitos de névoa.
As faces mescladas surgem gigantescas embaixo da janela e me encaram fixamente
estranham-me e causam temor;
Depois seguem em direção à parede e rompem-se ao meu lado, um após o outro,
numa alegoria de tamanha delicadeza.
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Um estado de torpor, a insônia, meu corpo fervilhava
Minhas mãos trêmulas, as luzes tão rápidas que não posso acompanhá-las,
são como cometas, caindo por todos os lados
e quando fecho os olhos, minhas palpebras relampejam
e eu rio, da minha própria solidão
As paredes estão inquietas, desfazem-se em linhas
Tudo se movimenta com tanta fluidez
para frente, para trás, sincronicamente;
me sinto tão desajeitada
Meus pensamentos não cessam, mas de repente "perhaps perhaps perhaps"
entrecortando alguma idéia a qual não lembraria mais.
E há neblina em todo quarto, e há movimentos por todo apartamento
O breu, "and please don't tell me perhaps perhaps perhaps"
acho graça, observo a janela.
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