sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Tempo

Um encadear

Estive pensando em como as gotas caminham - diminuindo ao longo de metros. Em como logo se desfazem na areia. Refazendo-se vapor. E de como o vapor que sobe vai formando - espiral - uma silhueta de Vênus que dança. Vapor; dos pés aos quadris, quadris à cintura, tronco realizado, braços, finalmente desenhando a cabeça. Em como ela gira suavidade. E breve, se desfaz em flores, começando pelas mãos, os veios em que correu sangue tranformam-se, agora percorridos por seiva. Como elas caem liberdade. Tocam o chão - colorem, é a gravidade intervindo nas pétalas - após lento desabrochar. A beleza do suspiro realizado em ciclos.

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