domingo, 22 de abril de 2012

Um último monólogo

Sobre vaidade

Foi naquele último grito- era verão e não há muito - mas sei que foi, agora recordo. Não, os psicotrópicos não soam como boa desculpa. Assim como assumo, naquele último grito - há pouco, cheio de mágoa e desamor - ecoava o desespero do adeus.
Engraçado como é sempre mais fácil lidar com os pontos finais quando a solidão e a madrugada elucidam alguma lembrança. Às vezes a gente reluta durante horas e dias - meses cheios de dias e horas - incansáveis; dolorindo nossas cabeças e tornando paranoicos corações. Até que, do último grito contido, a gente se liberta em lágrima - depois de muitas horas contidas em dias de desculpas mal formuladas - e, eis que, enfim; passando por algum recurso estilístico que engane esse último desgaste...
Bem, não era amor, seu desejo foi só vaidade.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Sobre democraria

Um breve esclarecimento, porque, algumas vezes, é preciso descrever obviedades.

A lei. A lei é feita por homens - de homens para homens - para contemplar aos direitos de alguns homens. Alguns, afinal, nem todos os homens são tão homens. É preciso proteger e legitimar o direito que alguns homens têm sobre os demais homens.
Em meu discurso - acredite - não há excesso, nem repetição, é só nome, quase visualizo uma equação:
Homens + Leis = homens - Direitos;
H + L + D = h
Não, não funciona, não temos aí nenhum resquício de igualdade. Alguns homens são mais homens, e, no estado de direito - democrático, meritocrático, burocrático - a meritocracia define os homens de direito como donos da democracia e detentores das leis e seus processos burocráticos; tudo isso legitimado por cor, classe, sobrenome, patrimônio acumulado, ciclo social.
A lei serve para que os Homens de direito controlem os homens sem direitos, assim, os últimos servem livremente aos fins e interesses dos primeiros.
E então, e as mulheres? As mulheres não são homens, nem homens, são mulheres. E em toda mulher, portanto, há uma revolução em potencial.