domingo, 22 de abril de 2012

Um último monólogo

Sobre vaidade

Foi naquele último grito- era verão e não há muito - mas sei que foi, agora recordo. Não, os psicotrópicos não soam como boa desculpa. Assim como assumo, naquele último grito - há pouco, cheio de mágoa e desamor - ecoava o desespero do adeus.
Engraçado como é sempre mais fácil lidar com os pontos finais quando a solidão e a madrugada elucidam alguma lembrança. Às vezes a gente reluta durante horas e dias - meses cheios de dias e horas - incansáveis; dolorindo nossas cabeças e tornando paranoicos corações. Até que, do último grito contido, a gente se liberta em lágrima - depois de muitas horas contidas em dias de desculpas mal formuladas - e, eis que, enfim; passando por algum recurso estilístico que engane esse último desgaste...
Bem, não era amor, seu desejo foi só vaidade.

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