sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Perspectiva

O operário
O estudante
O bolchevique
(dessa vez, não parece haver a figura burocrata)
E a criança
leve e listrada
se estica
pesadamente
cor-de-rosa
por debaixo das cadeiras
como uma grande e preguiçosa lesma
muito mais pesada que as próprias dimensões
do pequeno corpo que esmaga
pegajoso o chão de mármore.
Mas porque é que a gente escolhe sentir repulsa pela imagem-lesma?
E a criança só se movimenta tão bonita e livre, como se desejasse o chão?

O chão parece a ambição mais saudável e segura produzida por essa sociedade.

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