quarta-feira, 24 de novembro de 2010

A Metrópole

São Paulo - nov/2010

Chove muito;
As faces hepáticas
- em meio a uma cidade cinza.
A propriedade,
a sociedade
privada;

Tudo não passa
de imenso deboche.

A conveniência
- em farta-se de clichês.
Os prédios,
seus muitos andares
- prestígio e luzes de natal.
A fé que desumaniza
o sujeito que se curva;
a regência monolítica,
concreto.
Os jornais que não denunciam
a violência - consensual.
A juventude perdida no trânsito
- do movimento pendular.
O relógio.
O semáforo.
Vermelho;
há matéria orgânica no asfalto,
a desaceleração;
- ruídos, indiferença e caos.
O sujeito mudo;
muitos anúncios,
deslumbramento.
A ordem - consumo;
mecanicidade.
O burocrata
- ideário de justiça,
sujeito positivo;
a população em castas;
casta, castrada.
Há muito lixo pelas ruas;
há muitos homens negados,
- antiestético;
pelas ruas.

A dificuldade em assimilar espaço e tempo.
E a crítica que só corrobora o sujeito desenquadrado.
Chove muito;
e o barulho dos carros... é ensurdecedor.

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